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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

38 - Pessoa: Contemplo o que não vejo: Quarteto em Cy: Nunca, Esses moços, Vingança


Fernando Pessoa, não sabe por que, mas está triste. Talvez por ter deixado de querer... Na música, Lupiscínio Rodrigues, que ontem aconselhava os moços a não amarem, hoje volta atrás. Apesar de não mais querer aquele amor, diz que "Nunca, quando a gente perde a ilusão, deve sepultar o coração, como eu sepultei"... Amores podem passar, mas a sensação de amar não...

Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.

Música

Aqui o Quarteto em Cy em um arranjo primoroso canta um pout pourri de Lupiscínio, com Esses moços, Nunca e Vingança, que traça um perfil do desespero de um amor perdido e da volta ao amor...

Nunca
Nem que o mundo caia sobre mim
Nem se Deus mandar
Nem mesmo assim
As pazes contigo eu farei
Nunca
Quando a gente perde a ilusão
Deve sepultar o coração
Como eu sepultei
Saudade
Diga a esse moço por favor
Como foi sincero o meu amor
Quanto eu o adorei
Tempos atrás
Saudade
Não se esqueça também de dizer
Que é você quem me faz adormecer
Pra que eu viva em paz


Ouça a música no link abaixo:

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