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segunda-feira, 31 de março de 2014

330 - Charles Chaplin: Tua caminhada;Cartola - Preciso me encontrar

Esse post é pensando em uma pessoa muito especial, que soube que está passando por um momento difícil... tomara que possa, como disse Cartola, se encontrar, e que Chaplin lhe lembre que a caminhada não acabou...

Charles Chaplin

Tua caminhada ainda não terminou.... A realidade te acolhe dizendo que pela frente o horizonte da vida necessita de tuas palavras e do teu silêncio. Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória. Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter, porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento. É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói. Tu és jovem. Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água que rola e o coração necessita de afeto. Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás... mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te. 




Veja o vídeo no link abaixo:
Marisa Monte - Preciso me encontrar

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

329 - Cecília Meireles: Liberdade; Geraldo Vandré - Pra não dizer que não falei das flores

Lembrando os 50 anos do 31 de março de 1964...

Cecília Meireles, em Romanceiro da Inconfidência

Liberdadeessa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda...

Geraldo Vandré - Pra não dizer que não falei das flores 

Caminhando e cantando


E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

domingo, 30 de março de 2014

328 - Hilda Hilst: Do amor; Fagner - Frenesi

Hilda Hilst

(Do amor)
Ama-me. Ainda é tempo. Interroga-me.
E eu te direi que nosso tempo é agora.
Esplêndida de avidez, vasta ternura
Porque é mais vasto o sonho que elabora

Há tanto tempo sua própria tessitura.

Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
É transitória se tu me repensas.


Água do rio na areia, a solidão mora aqui...


Ouça a música no link abaixo:

A felicidade corre sem parar
Bela é uma cidade velha
Na velocidade a tarde leva o teu olhar
Longe descansar na estrela
E um corpo passa por mim
Água do rio na areia
Adormecendo assim
Esta pedra em mim
E meu leito clareia
Fosse paixão frenesi
Doce ilusão moça bela
A solidão mora aqui
E a cidade é sem fim
Qual a tua janela

Tudo igual
Tal e qual
Fosse paixão

sábado, 29 de março de 2014

327 - Neruda: De pena em pena;Danilo Caymmi – O bem e o mal

Neruda

DE PENA em pena cruza suas ilhas o amor
e estabelece raízes que logo rega o pranto,
e ninguém pode, ninguém pode evadir os passos
do coração que corre calado e carniceiro.

Assim tu e eu buscamos um vazio, outro planeta
onde não tocasse o sal tua cabeleira,
onde não crescessem dores por minha culpa,
onde viva o pão sem agonia.

Um planeta enredado por distância e folhagens,
um páramo, uma pedra cruel e desabitada,
com nossas próprias mãos fazer um ninho duro.

Queríamos, sem dano nem ferida nem palavra,
e não foi assim o amor, senão uma cidade louca

onde as pessoas empalidecem nas sacadas.

Veja o vídeo no link abaixo:

eu guardo em mim
dois corações
um que é do mar
um das paixões
um canto doce
um cheiro de tem...poral
eu guardo em mim
um deus, um louco, um santo
um bem e um mal
eu guardo em mim
tantas canções
de tanto mar
tantas manhãs
encanto doce
o cheiro de um vendaval
guardo em mim
o deus, o louco, o santo
o bem, o mal

sexta-feira, 28 de março de 2014

326 - Shakespeare: Quando penso em você me sinto flutuar; Flávio Venturini – Espanhola


Shakespeare

Quando penso em você me sinto flutuar,
me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...

Tento apenas superar
a imensa saudade que me arrasa o coração,
mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser. 

Lembrando dos momentos
em que juntos nosso amor se conjugava
em uma só pessoa, nós ...


É através desse tal sentimento, a saudade,
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...


A delicadeza de tuas palavras
contrasta com a imensidão do teu sentimento.
Meu ciúme se abranda com tuas juras
e promessas de amor eterno.


A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.
A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...


E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...


Tudo isso acontece porque amo e penso em você...

Veja o vídeo no link abaixo:

Por tantas vezes
Eu andei mentindo
Só por não poder
Te ver chorando
Te amo espanhola
Te amo espanhola
Se for chorar
Te amo
Sempre assim
Cai a o dia e é assim
Cai a noite e é assim
Essa lua sobre mim
Essa fruta sobre o meu paladar

Nunca mais
Quero ver você me olhar
Sem me entender em mim
Eu preciso lhe falar
Eu Preciso tenho que lhe contar

quinta-feira, 27 de março de 2014

325 - Rita Lee – Mania de você

Nada melhor do que não fazer nada...


Veja o vídeo no link abaixo:


Meu bem você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa

Molhada de suor
De tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras...

A gente faz amor por telepatia
No chão, no mar, na lua, na melodia
Mania de você
de tanto a gente se beijar
de tanto imaginar loucuras

Nada melhor do que não fazer nada
Só pra deitar e rolar com você

quarta-feira, 26 de março de 2014

324 - Fagner: Espumas ao vento




Veja o vídeo no link abaixo:

Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim
Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento, raiva passageira
Mania que dá e passa, feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar
Sei que errei, tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
E sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Ai, se eu fosse você eu voltava pra mim de novo
E de uma coisa fique certa, amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa, amor
Na hora que você chegar
E de uma coisa fique certa, amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa, amor
Na hora que você chegar
Sei que errei, tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo

E sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Ah! se eu fosse você eu voltava pra mim de novo

terça-feira, 25 de março de 2014

323 - João Bosco – Corsário



Veja o vídeo no link abaixo:


Meu coração tropical está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E à voz vibra e a mão escreve mar
Bendita lâmina grave que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roserais, Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar
Me arrastar até o mar, procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos
E as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar
Iela, iela, iela, iela la la l
a

segunda-feira, 24 de março de 2014

322 - João Gilberto – Caminhos cruzados

Apaixone-se certo, não pela ideia de estar apaixonado... e deixe o novo amor chegar.
Ouça a música no link abaixo:

Quando um coração que está cansado de sofrer,
Encontra um coração também cansado de sofrer,
É tempo de se pensar,
Que o amor pode de repente chegar.
Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender,
Deixa esse novo amor chegar,
Mesmo que depois seja imprescindível chorar.

Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar!
Vem, nós dois vamos tentar...
Só um novo amor pode a saudade apagar.

domingo, 23 de março de 2014

321 - Fagner: Deslizes

Insisto...



Assista o vídeo no link abaixo:

Não sei por que
Insisto tanto em te querer
Se você sempre faz de mim
O que bem quer
Se ao teu lado
Sei tão pouco de você
É pelos outros que eu sei
Quem você é
Eu sei de tudo
Com quem andas, aonde vais
Mas eu disfarço o meu ciúme
Mesmo assim
Pois aprendi
Que o meu silêncio vale mais
E desse jeito eu vou trazer
Você pra mim
E como prêmio
Eu recebo o teu abraço
Subornando o meu desejo
Tão antigo
E fecho os olhos
Para todos os teus passos
Me enganando
Só assim somos amigos
Por quantas vezes
Me dá raiva de querer
Em concordar com tudo
Que você me faz
Já fiz de tudo
Pra tentar te esquecer
Falta coragem pra dizer
Que nunca mais
Nós somos cúmplices
Nós dois somos culpados
No mesmo instante
Em que teu corpo toca o meu
Já não existe
Nem o certo, nem errado
Só o amor que por encanto
Aconteceu

E é só assim
Que eu perdoo
Os teus deslizes
E é assim o nosso
Jeito de viver
E em outros braços
Tu resolves tuas crises
Em outras bocas
Não consigo te esquecer
Te esquecer

sábado, 22 de março de 2014

320 - Fagner: Canteiros

Fecho os olhos de saudade...

Veja o vídeo no link abaixo:

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem
Me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração

sexta-feira, 21 de março de 2014

319 - Tom Jobim: Correnteza

A correnteza do rio vai levando aquela flor...



Veja o vídeo no link abaixo:

A correnteza do rio vai levando aquela flor 
O meu bem já está dormindo 
zombando do meu amor 
zombando do meu amor
Na barranceira do rio o ingá se debruçou 
E a fruta que era madura 
a correnteza levou 
a correnteza levou 
a correnteza levou, ah
E choveu uma semana e eu não vi o meu amor 
O barro ficou marcado aonde a boiada passou 
Depois da chuva passada céu azul se apresentou 
Lá na beira da estrada vem vindo o meu amor 
vem vindo o meu amor 
vem vindo o meu amor
Ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá
E choveu uma semana e eu não vi o meu amor 
O barro ficou marcado aonde a boiada passou
A correnteza do rio vai levando aquela flor 
E eu adormeci sorrindo 
Sonhando com nosso amor 
Sonhando com nosso amor 
Sonhando...

Ôu dandá...

quinta-feira, 20 de março de 2014

318 - Caetano: um índio



Veja o vídeo no link abaixo:
Caetano – Um índio

Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

quarta-feira, 19 de março de 2014

317 - Cecília Meireles: O amor: Chico Buarque: Valsinha

Então ela se fez bonita...


Veja o vídeo no link abaixo:

Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto
Quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto
Pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita
Como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado
Cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços
Como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança
Que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz

terça-feira, 18 de março de 2014

316 - Fernando Pessoa: Na orla do vento movem; Swingle Singers: Pachelbel - Canon

Outra vez o Canon de Pachebel, desta vez interpretado pelos Swingle Singers, acompanhado de Fernando Pessoa

 

Fernando Pessoa

 

Na orla do vento movem 
Seus corpos mortos as folhas. 
E ora das árvores chovem, 
Ora onde inertes não movem 
A chuva do Outono molha-as. 

Não há no meu pensamento 
Vontade com que o pensar 
Não tenho neste momento 
Nada no meu pensamento: 
Sou como as folhas ao ar. 

Mas elas certa não sentem 
Esta mágoa inteira e funda 
Que meus sentidos consentem. 
Nada são e nada sentem 
Da minha mágoa profunda.

 

Veja o vídeo no link abaixo:

Swingle Singers - Pachelbel - Canon

segunda-feira, 17 de março de 2014

315 - Chaplin: Se você tivesse acreditado; Duofel: Palhaço

Palhaço, de Egberto Gismonti está no post número 1. Hoje a mesma música, mas na interpretação do Duofel. E na poesia, o lindo texto de Chapin, “Se você tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades...”


Assista o vídeo no link abaixo:
Duofel: Palhaço

domingo, 16 de março de 2014

314 - Céu da Boca: Uva de caminhão




Veja o vídeo no link abaixo:

Céu da boca: Uva de caminhão


Já me disseram que você andou pintando o sete,
Andou chupando muita uva,
E até de caminhão,
Agora anda dizendo que está de apendicite,
Vai entrar no canivete, vai fazer operação.
Oi que tem a Florisbela nas cadeiras dela,
Andou dizendo que ganhou a flauta de bambu,
Abandonou a batucada lá na Praça Onze,
E foi dançar o pirolito lá no Grajaú.

Caiu o pano da cuíca em boas condições,
Apareceu Branca de Neve com os sete anões,
E na pensão da dona Estela foram farrear,
Quebra, quebra gabiroba quero ver quebrar,
Você no baile dos quarenta deu o que falar,
Cantando o seu Caramuru, bota o pajé pra brincar,
Tira, não tira o pajé, deixa o pajé farrear,
Eu não te dou a chupeta, não adianta chorar.

sábado, 15 de março de 2014

313 - Ferreira Gullar: Traduzir-se; Baden Powell: Prelúdio em Lá menor

Para refletir sobre as partes que somos nós...

Ferreira Gullar

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Veja o vídeo no link abaixo:

sexta-feira, 14 de março de 2014

312 - Pablo Neruda: Talvez ferido: Yamandu Costa e Paulo Moura: Sons de carrilhões

Hoje mais uma interpretação de Yamandu Costa, agora acompanhado por Paulo Moura...

Pablo Neruda 

TALVEZ ferido vou sem ir sangrento
por algum dos raios de tua vida
e a meia selva me detém a água:
a chuva que tomba com seu céu.

Então toco o coração chovido:
ali sei que teus olhos penetraram
pela região extensa de minha pena
e um sussurro de sombra surge só:

Quem é? Quem é? Mas não teve nome
a folha ou a água escura que palpita
a meia selva, surda, no caminho,

e assim, amor meu, soube que fui ferido
e ninguém falava ali senão a sombra,
a noite errante, o beijo da chuva.


quinta-feira, 13 de março de 2014

311 - Hilda Hilst: Se te pareço noturna e imperfeita; Yamandu Costa e Dominguinhos: Pedacinho do céu

Olhe com atenção...

Hilda Hilst

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite 
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água desejasse.

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

Veja o vídeo no link abaixo:

quarta-feira, 12 de março de 2014

310 - Legião Urbana –– O mundo anda tão complicado

Escolha a comédia... complicar pra que?

Veja o vídeo no link abaixo:
Legião Urbana –– O mundo anda tão complicado

Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.
Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
Que a mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som
Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
é a chave que sempre esqueço
Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um pro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você

Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor

terça-feira, 11 de março de 2014

309 - Legião Urbana – Quando o sol bater na janela do seu quarto

Até bem pouco tempo atrás, poderíamos mudar o mundo... quem roubou nossa coragem?



Veja o vídeo no link abaixo:


Quando o sol bater 
Na janela do teu quarto 
Lembra e vê 
Que o caminho é um só. 
Por que esperar se podemos começar tudo de novo 
Agora mesmo 
A humanidade é desumana 
Mas ainda temos chance 
O sol nasce pra todos 
Só não sabe quem não quer. 

Quando o sol bater 
Na janela do teu quarto 
Lembra e vê 
Que o caminho é um só. 
Até bem pouco tempo atrás 
Poderíamos mudar o mundo 
Quem roubou nossa coragem? 
Tudo é dor 
E toda dor vem do desejo 
De não sentirmos dor. 

Quando o sol bater 
Na janela do teu quarto 
Lembra e vê 
Que o caminho é um só.

segunda-feira, 10 de março de 2014

308 - Tom Jobim – Luiza

A canção que eu fiz pra te esquecer... cada um tem as suas Luízas... mas como esquecer quem te fez feliz?


Veja o vídeo no link abaixo:

Rua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza

domingo, 9 de março de 2014

307 - Chico Buarque: Pedaço de mim




Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

sábado, 8 de março de 2014

306 - Tom Jobim: A felicidade



Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim

sexta-feira, 7 de março de 2014

305 - Tom Jobim : Passarim

Cadê meu amor que o vento levou?


Veja o vídeo no link baixo:

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu mas não pegou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Me diz o que eu faço da paixão?
Que me devora o coração..
Que me devora o coração..
Que me maltrata o coração..
Que me maltrata o coração..
E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo? A água apagou
E cadê a água? O boi bebeu
Cadê o amor? O gato comeu
E a cinza se espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou?
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta, então me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
Cadê meu caminho? A água levou
Cadê meu rastro? A chuva apagou
E a minha casa? O rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho, me conta então, me diz:
Por que que eu também não fui feliz?
Cadê meu amor, minha canção?
Que me alegrava o coração..
Que me alegrava o coração..
Que iluminava o coração..
Que iluminava a escuridão..
E a luz da manhã? O dia queimou
Cadê o dia? Envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua, então, brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

quinta-feira, 6 de março de 2014

304 - Paulinho da Viola: Sentimentos


Veja o vídeo no link abaixo:

Sentimentos em meu peito eu tenho demais
A alegria que eu tinha nunca mais
Depois daquele dia em que eu fui sabedor
Que a mulher que eu mais amava
Nunca me teve amor

Hoje ela pensa que estou apaixonado
Mas é mentira está dando um golpe errado
Agora estou resolvido
A não amar a mais ninguém
Porque sem ser amado não convém

quarta-feira, 5 de março de 2014

303 - Shakespeare: Você diz; Luiz Melodia – Pérola Negra




Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou te amando
Baby te amo, nem sei se te amo

Tente usar a roupa que estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue escreva num pano
Pérola negra, te amo, te amo

terça-feira, 4 de março de 2014

302 - Dalva de Oliveira: Máscara Negra

Dalva de Oliveira interpretando Zé Keti: Máscara Negra... Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é carnaval... Então não ensaie: não peça permissão: jogue-se. A propósito, fiquei rindo sozinho pensando em falar para uma mulher que vou beijar-te... com o pronome enclítico... 
                                  
Dalva de Oliveira - Máscara negra

Quanto riso, oh, quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Quanto riso, oh, quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou e te beijou, meu amor
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval