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terça-feira, 30 de abril de 2013

121 - Neruda: Plena mulher; Marisa Monte: Beija eu

Neruda falando da sensação da presença da mulher amada. “Amar é uma viagem com água e com estrelas”, e “beijo a beijo percorro teu pequeno infinito”.  Ao beijar a amada queremos que ela nos beije também... e aí só queremos o que pede Marisa Monte: “beija eu...”

Plena Mulher

Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
Que antiga noite o homem toca com seus sentidos?

Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos
e dois corpos por um só mel derrotados.

Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra um raio


Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...
Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

120 - Neruda: O ramo roubado; Bocelli: Tu me acostumbraste


Neruda fala da cumplicidade, entrando pela noite para roubar juntos um ramo florido. Quando depois de roubar o ramo o amor termina, a gente se acostuma com essas pequenas coisas, as coisas simples. E então, fica a pergunta “por que não me ensinaste como se vive sem ti”...

O Ramo roubado

Pela noite entraremos para roubar
Um ramo florido.
Ainda não se foi o inverno,
E a macieira aparece
Convertida, de súbito,
Em cascata de estrelas perfumadas.
Pela noite entraremos
Até chegar ao firmamento trêmulo,
E tuas mãos pequenas como as minhas
Roubarão as estrelas.
E sigilosamente
À nossa casa,
Pela noite e na sombra,
Entrará com teus passos
O silencioso passo do perfume
E com pés entrelaçados
O corpo claro desta primavera.

Tu me acostumbraste
Tu me acostumbraste, a todas esas cosas
Y tu me enseñaste, que son maravillosas
Sutil llegaste a mi como una tentación
Llenando de inquietud mi corazón
Yo no yo no concebia como se quería
En tu mundo raro y por ti aprendí
Por eso me pregunto al ver que me olvidaste
Por que no me enseñaste cómo se vive sin ti
Você me acostumou

Você me acostumou
a todas essas coisas,
e você me ensinou
que são maravilhosas.

Sutil você chegou a mim. como uma tentação
enchendo de ansiedade meu coração

Eu não compreendia como se queria
em seu mundo raro e por você aprendi
Por isso me pergunto ao ver que me esqueceste
Por que não me ensinaste como se vive sem ti


domingo, 28 de abril de 2013

119 - Pessoa: Ah, só eu sei; Boccelli e Katharine McPhee; Elvis: Cant´t help falling in love


Pessoa comenta o que é verdade: "Ah, só eu sei..." E realmente só cada um ´-e que sabe onde dói e onde o coração se alegra. E pode doer ou alegrar-se porque "Homens sábios dizem que só os tolos se entregam, Mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você" Isso sempre é um perigo, por dar certo ou não... Mas arriscar pode ser menos sábio, mas Pessoa já dizia que viver não é preciso... E para os que não entenderam o verso, preciso não vem de necessidade, mas de exatidão... 


Fernando Pessoa

Ah, só eu sei
Quanto dói meu coração
Sem fé nem lei,
Sem melodia, nem razão.

Só eu, só eu,
E não o posso dizer
Porque sentir é como o céu
Vê-se mas não há nele que ver.

Can't Help Falling In Love

Wise men say, only fools rush in
But I can't help, falling in love with you
Shall I stay? Would it be a sin
If I can't help, falling in love with you?


Like a river flows, surely to the sea,
Darling, so it goes somethings are meant to be.
Take my hand, take my whole life too.
For I can't help, Falling in love with you


Like a river flows, surely to the sea
Darling so it goes, somethings are meant to be
Take my hand, take my whole life too.
For I can't help falling in love with you.


For I can't help falling in love with you.






























Não consigo evitar de me apaixonar por você

Homens sábios dizem que só os tolos se entregam
Mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você
Devo ficar? Seria um pecado
Se eu não consigo evitar de me apaixonar por você


Como um rio que corre certamente para o mar
Querida, assim algumas coisas estão destinadas a acontecer
Pegue minha mão, pegue minha vida inteira também
Pois eu não consigo evitar de me apaixonar por você


Como um rio que corre certamente para o mar
Querida, assim algumas coisas estão destinadas a acontecer
Pegue minha mão, pegue minha vida inteira também
Pois eu não consigo evitar de me apaixonar por você


Pois eu não consigo evitar de me apaixonar por você


sábado, 27 de abril de 2013

118 - Lorca: Há almas que têm azuis luzeiros; Maria Betânia: O que tinha de ser


Lorca fala que “Cada pedra diz: Deus está muito longe.” ... Por que isso? “Porque foste na vida a última esperança... Porque foste em minh'alma como um amanhecer, Porque foste o que tinha de ser.” Pena...

Frederico Garcia Lorca

Há almas que têm
azuis luzeiros,
manhãs murchas
entre folhas do tempo
e castos rincões
que guardam um velho
rumor de nostalgias
e sonhos.

Outras almas têm
dolentes espectros
de paixões.Frutas
com bichos.
Ecos
de uma voz queimada
que vem de longe
como uma corrente
de sombra. Recordações
vazias de pranto
e migalhas de beijos.

Minh'Alma está madura
faz muito tempo, e se desmorona
turva de mistério.
Pedras juvenis
roídas de sonho
caem sobre as águas
de meus pensamentos.
Cada pedra diz:
"DEUS ESTÁ MUITO LONGE!"


Porque foste na vida a última esperança 
Encontrar-te me fez criança 
Porque já eras meu, sem eu saber sequer 
Porque és o meu homem, e eu tua mulher 
Porque tu me chegaste 
Sem me dizer que vinhas 
E tuas mãos foram minhas com calma 
Porque foste em minh'alma como um amanhecer 
Porque foste o que tinha de ser

sexta-feira, 26 de abril de 2013

117 - Sarah Westphal - Ainda pior que a convicção do não; Carpenters: Solitude

“Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.” Os três sentimentos descritos pela autora são muito ruins, mas concordo com a visão dela, quando diz que  “É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.” E quando isso acontece, nada ajuda, nada nos faz sentir bem, só o tempo pode talvez ajudar. Como canta Karen Carpenter, só lhe resta, pelo menos por um tempo, que varia de pessoa para pessoa, saber que “Sem o amor dela, sempre continua o mesmo. Enquanto a vida corre ao lado dele em todo lugar , ele está jogando o jogo da solidão.” E resta torcer para que ela seja feliz...

Sarah Westphal


'Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 


Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna? Ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença do "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.' 


Ouça a música no link abaixo:
Carpenters – Solitaire


There was a man, a lonely man,
who lost his love through his indifference.
A heart that cared, that went unshared,
until it died within his silence.
And Solitaire's the only game in town,
and every road that takes him down.
And by himself, it's easy to pretend,
he'll never love again.
And keeping to himself he plays the game,
without her love it always ends the same.
While life goes on around him everywhere,
he's playing Solitaire.
A little hope goes up in smoke,
just how it goes, goes without saying.
There was a man, a lonely man,
who would command the hand he's playing.
And Solitaire's the only game in town,
and every road that takes him down.
And by himself, it's easy to pretend,
he'll never love again.
And keeping to himself he plays the game,
without her love it always ends the same.
While life goes on around him everywhere,
he's playing Solitaire.

Solidão

Havia um homem, um homem só
Que perdeu seu amor através de sua indiferença
Um coração que se importasse, que nunca foi compartilhado
Até que morresse no seu silêncio
E a solidão é o único jogo na cidade
E toda estrada que o leva o deixa para baixo
E por ele é fácil fingir
Que ele nunca irá amar novamente
E guardando-se para si ele joga
Sem o amor dela, sempre continua o mesmo
Enquanto a vida corre ao lado dele em todo lugar
Ele está jogando o jogo da solidão
Um pouco de esperança vai-se como fumaça
E do jeito que vai, vai sem avisar
Havia um homem, um homem só
Que poderia comandar a estratégia do que está jogando
E a solidão é o único jogo na cidade
E toda estrada que o leva o deixa para baixo
E por ele é fácil fingir
Que ele nunca irá amar novamente
E guardando-se para si ele joga
Sem o amor dela, sempre continua o mesmo
Enquanto a vida corre ao lado dele em todo lugar
Ele está jogando o jogo da solidão

quinta-feira, 25 de abril de 2013

116 - Camões: Amor é um fogo que arde sem se ver; Legião: Monte Castelo


Monte Castelo, de Renato Russo... uma linda reunião de poesias próprias, Camões e Coríntios 13, 1-13. Só uma imensa sensibilidade para juntar isso e fazer uma música tão bonita. “É só o amor que conhece o que é verdade.” Como conhecer essa verdade? Só juntando mais um autor, Saint Exupery: “Só se vê bem com o coração: o essencial é invisível para os olhos.”

Luis de Camões

Amor é um fogo que arde sem se ver, 
é ferida que dói, e não se sente; 
é um contentamento descontente, 
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer; 
é um andar solitário entre a gente; 
é nunca contentar se de contente; 
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade; 
é servir a quem vence, o vencedor; 
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor 
nos corações humanos amizade, 
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 


Legião Urbana – Monte Castelo

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

115 - Drummond: Aparição amorosa; Renato Russo: Strani amore

Drummond fala de um amor que aparece como um fantasma... “O desejo perdura em ti que já não és,querida ausente, a perseguir-me, suave? ... Amado ser destruído, por que voltas e és tão real assim tão ilusório?” É real e é ilusório porque assim são os grandes amores... reais no coração, ilusórios na mente. Pensa-se o que se quer, e nem sempre isso é a realidade. Amores são estranhos, como canta Renato Russo: “Me desculpe tenho que ir embora desta vez eu prometi a mim: eu quero um amor verdadeiro sem você...” Pura mentira. Queremos nada. Quero o amor verdadeiro, e é com você mesma... só nos afastamos quando não conseguimos, e não porque queremos.  E por que não se consegue quando se gosta? Será que precisamos mesmo nos afastar ou esse amor é só um “amor estranho, que faz crescer e sorrir”?

Drummond - Aparição amorosa
Doce fantasma, por que me visitas
como em outros tempos nossos corpos se visitavam?
Tua transparência roça-me a pele, convida
a refazermos carícias impraticáveis: ninguém nunca
um beijo recebeu de rosto consumido.
Mas insistes, doçura. Ouço-te a voz,
mesma voz, mesmo timbre,
mesmas leves sílabas,
e aquele mesmo longo arquejo
em que te esvaías de prazer,
e nosso final descanso de camurça.
Então, convicto,
ouço teu nome, única parte de ti que não se dissolve
e continua existindo, puro som.
Aperto... o quê? a massa de ar em que te converteste
e beijo, beijo intensamente o nada.
Amado ser destruído, por que voltas
e és tão real assim tão ilusório?
Já nem distingo mais se és sombra
ou sombra sempre foste, e nossa história
invenção de livro soletrado
sob pestanas sonolentas.
Terei um dia conhecido
teu vero corpo como hoje o sei
de enlaçar o vapor como se enlaça
uma idéia platônica no espaço?
O desejo perdura em ti que já não és,
querida ausente, a perseguir-me, suave?
Nunca pensei que os mortos
o mesmo ardor tivessem de outros dias
e no-lo transmitissem com chupadas
de fogo aceso e gelo matizados.
Tua visita ardente me consola.
Tua visita ardente me desola.
Tua visita, apenas uma esmola.

Strani Amori

Mi dispiace devo andare via
Ma sapevo che era una bugia
Quanto tempo perso dietro a lui
Che promette e poi non cambia mai
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

E lo aspetti ad un telefono
Litigando che sia libero
con il cuore nello stomaco
Un gomitolo nell'angolo
Lì da sola, dentro un brivido
Ma perché lui non c'è

E sono strani amori che
Fanno crescere e sorridere
Fra le lacrime
Quante pagine lì da scrivere
Sogni e lividi da dividere
Sono amori che spesso a questa età
Si confondono dentro a quest'anima
Che si interroga senza decidere
Se è un amore che fa per noi

E quante notti perse a piangere
Rileggendo quelle lettere
Che non riesci più a buttare via
Dal labirinto della nostalgia
Grandi amori che finiscono
Ma perché restano nel cuore

Strani amori che vanno e vengono
Nei pensieri che lì nascondono
Storie vere che ci appartengono
Ma si lasciano come noi

Strani amori fragili
Prigionieri, liberi
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

Strani amori fragili
Prigionieri, liberi
Strani amori che non sanno vivere
E si perdono dentro noi

Mi dispiace devo andare via
Questa volta l'ho promesso a me
Perché ho voglia di un amore vero
Senza te

Amores Estranhos

 

Sinto muito tenho que ir embora
Mas eu sabia que era uma mentira
Quanto tempo perdido atrás dele
Que promete mas nunca muda
Amores estranhos põe em problemas
Mas na realidade, somos nós

E você o espera num telefonema
Brigando para que esteja livre
Com o coração no estômago
Encolhido no canto
Sozinha ali, dentro um calafrio
Mas por que ele não está

E são amores estranhos que
Fazem crescer e sorrir
Entre as lágrimas
Quanta páginas a serem escritas,
Sonhos e marcas a serem divididas
São amores que freqüentemente nesta idade
Se confundem dentro dessa alma
Que se questiona sem decidir
Se é um amor que serve para nós

E quanta noites perdidas chorando
Relendo aquelas cartas
Que não consegues mais jogar fora
Do labirinto da saudade
Grandes amores que acabam
Mas por que permanecem no coração

Estranhos amores que vão e vêm
Nos pensamentos que o escondem
Verdadeiras histórias que nos pertencem
Mas se deixam como nós

Amores estranhos amores frágeis
Prisioneiros, livres
Amores estranhos põe em problemas
Mas em realidade, somos nós

Amores estranhos frágeis
Prisioneiros, livres......
Amores estranhos que não sabem viver
E se perdem dentro de nós

Me desculpe tenho que ir embora
Desta vez eu prometi a mim
Porque eu quero um amor verdadeiro
Sem você