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sexta-feira, 31 de maio de 2013

151 - Drummond - A casa do tempo perdido; Elba Ramalho: De volta pro aconchego

Ao bater na casa onde ninguém, atende e só o eco devolve o tempo perdido, a vontade é voltar, como canta Elba Ramalho, pro aconchego. Trazendo saudades, querendo um sorriso sincero um abraço. Elba diz que "é duro ficar sem você vez em quando”. Mas é muito mais duro simplesmente ficar sem você, e não só vez em quando ...

Drummond - A casa do tempo perdido

Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.


Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo 
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade 
Que bom, 
Poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro, ficar sem você
Vez em quando 
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim

quinta-feira, 30 de maio de 2013

150 - Paulo Leminski: Bem no fundo; The Beatles: Hey Jude

Paulo Leminski:  “A gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto.” Mas isso não vai mesmo acontecer, então os Beatles aconselham em Hey Jude: “Ei, Jude, comece Você está esperando por alguém com quem realizar as coisas, E você não sabe que essa pessoa é exatamente você?” Na versão apresentada, em Flash Mob, cantado nas ruas.

Paulo Leminski - Bem no fundo

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

Hey, Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her into your heart
Then you can start to make it better

Hey, Jude, don't be afraid
You were made to go out and get her
The minute you let her under your skin
Then you begin to make it better

And anytime you feel the pain
Hey, Jude, refrain
Don't carry the world upon your shoulders

For well you know that it's a fool
Who plays it cool
By making his world a little colder
Na na na na na na na na

Hey, Jude, don't let me down
You have found her now go and get her
Remember (Hey Jude) to let her into your heart
Then you can start to make it better

So let it out and let it in
Hey, Jude, begin
You're waiting for someone to perform with
And don't you know that is just you?
Hey, Jude, you'll do
The movement you need is on your shoulder
Na na na na na na na na

Hey, Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her under your skin
Then you'll begin to make it better (better, better, better,better, better, oh!)
Na, na na na na na, na na na, Hey Jude
Na, na na na na na, na na na, Hey Jude

Ei Jude

Ei, Jude, não fique mal
Escolha uma música triste e a faça melhor
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração
Então você pode começar a melhorar as coisas

Ei, Jude, não tenha medo
Você foi feito para sair e conquistá-la
No minuto que você deixá-la entrar na sua pele
Você começará a fazer melhor

E sempre que você sentir a dor
Ei Jude, detenha-se
Não carregue o mundo nos seus ombros

Você bem sabe que é um tolo
Que finge estar numa boa
Tornando seu mundo um pouco mais frio
Na na na na na na na na

Ei, Jude, não me decepcione
Você a encontrou, agora vá e a conquiste
Lembre-se (ei Jude) de deixá-la entrar em seu coração
Então você pode começar a melhorar as coisas

Então coloque pra fora e deixe entrar
Ei, Jude, comece
Você está esperando por alguém com quem realizar as coisas
E você não sabe que essa pessoa é exatamente você?
Ei Jude, você consegue
O movimento que você precisa está nos seus ombros
Na na na na na na na na

Ei, Jude, não fique mal
Escolha uma música triste e a faça melhor
Lembre-se de deixá-la debaixo da sua pele
Então você pode começar a melhorar as coisas (melhorar, melhorar, melhorar, melhorar, oh!)
Na, na na na na na, na na na, ei Jude
Na, na na na na na, na na na, ei Jude

quarta-feira, 29 de maio de 2013

149 - Oração da Serenidade; Elis Regina: Como nossos pais

Hoje seria aniversário do meu pai, que faria 94 anos. Lembro-me que citava para mim o pensamento abaixo. Nesses tempos complicados, vale a pena refletir sobre ele. Na música, Elis Regina cantando a bela composição de Belchior, Como nossos pais “Apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos e vivemos como nossos pais...” Eu como não tinha motivo para falar de nada, era o “rebelde sem causa”... Só espero que possa ser para os meus filhos metade do pai que tive.

Oração da Serenidade

Deus, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para reconhecer a diferença


Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

terça-feira, 28 de maio de 2013

148 - Cecília Meireles: Serenata; Carpenters: Only Yesterday

Os Carpenters, em Only yesterday, fala sobre uma espera que terminou em um amor encontrado... “Você é a madrugada rompendo a noite...” Pena que no amanhecer, a madrugada se esvaiu... e então Cecília Meireles pede “Permita... que me conforme em ser sozinha... e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo”.

Cecília Meireles - Serenata

"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo"



After long enough of being alone
Everyone must face their share of loneliness
In my own time nobody knew
The pain I was goin' through
And waitin' was all my heart could do

Hope was all I had until you came
Maybe you can't see how much you mean to me
You were the dawn breaking the night
The promise of morning light
Feeling the world surrounding me
When I hold you

Baby, Baby
Feels like maybe things will be all right
Baby, Baby
Your love's made me
Free as a song singin' forever

Only yesterday when I was sad
And I was lonely
You showed me the way to leave
The past and all its tears behind me
Tomorrow may be even brighter than today
Since I threw my sadness away

Only Yesterday

I have found my home here in your arms
Nowhere else on earth I'd really rather be
Life waits for us
Share it with me
The best is about to be
So much is left for us to see
When I hold you


Antigamente

Depois de ficar sozinho por muito tempo
Todos tem seu momento de solidão
Ninguém sabia a dor que passei
E esperar era só o que meu coração podia fazer

Eu só tinha esperança até que você chegou
Talvez você não saiba tudo que significa para mim
Você é a madrugada rompendo a noite
A promessa de um dia claro
Preenchendo o mundo a minha volta
E quando abraço você meu amor
Eu sinto que tudo está bem

Bebê, Bebê.
Parece que agora tudo vai ficar bem
Baby Baby
o seu amor me fez
Livre como uma musica que toca para sempre

Antigamente quando eu era triste e solitário
Você me mostrou o caminho para esquecer o passado
E deixar as lágrimas para trás

Amanhã será melhor do que hoje
Desde que joguei fora a tristeza

Antigamente...

Eu encontrei meu lugar aqui em seus braços
Eu não deveria estar em nenhum outro lugar do mundo
A vida espera por nós
Divida isso comigo
O melhor está por vir
Há tanta coisa para vermos

Quando eu te abraço

segunda-feira, 27 de maio de 2013

147 - Ana Elisa Ribeiro: Sem ele; Quarteto em Cy: Ninguém me ama, Se eu morresse amanhã de manhã, Canção da volta

Ana Elisa Ribeiro em um momento depressivo, sentindo falta do seu amor... O que me lembra de Antônio Maria, também sempre depressivo, ou como se dizia, "na fossa", aqui na linda interpretação do Quarteto em Cy em um poutpourri de três de suas canções ...

Ana Elisa Ribeiro - Sem ele

ele me falta
enche o imenso espaço
entre meus braços
de sua ida
suicido-me amanhã
logo pela manhã
Ninguém me ama

Ninguém me ama, ninguém me quer
Ninguém me chama de meu amor
A vida passa, e eu sem ninguém
E quem me abraça não me quer bem
Vim pela noite tão longa de fracasso em fracasso
E hoje descrente de tudo me resta o cansaço
Cansaço da vida, cansaço de mim
Velhice chegando e eu chegando ao fim


Se eu morresse amanhã de manhã

De que serve viver tantos anos sem amor
Se viver é juntar desenganos de amor
Se eu morresse amanhã de manhã
Não faria falta a ninguém
Eu seria um enterro qualquer
Sem saudade, sem luto também 
Ninguém telefona, ninguém
Ninguém me procura, ninguém
Eu grito e um eco responde: "ninguém!" 
Se eu morresse amanhã de manhã
Minha falta ninguém sentiria
Do que eu fui, do que eu fiz
Ninguém se lembraria


Canção da volta

Nunca mais vou fazer
O que o meu coração pedir
Nunca mais vou ouvir
O que o meu coração mandar
O coração fala muito
E não sabe ajudar
Sem refletir
Qualquer um vai errar, penar-
Eu fiz mal em fugir
Eu fiz mal em sair
Do que eu tinha em você
E errei em dizer
Que não voltava mais

domingo, 26 de maio de 2013

146 - Florbela Espanca: Vaidade; Les Miserables (Medley)

Acordar do sonho e não ser nada... Uma sensação certamente avassaladora... que faz com que nos sintamos miseráveis. Então, no clipe mostra-se um medley de Les Miserables...

Florbela Espanca - Vaidade

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...
                               E não sou nada!... 


sábado, 25 de maio de 2013

145 - Antonio Cícero: Guardar; Paula Fernandes: Cuidar mais de mim

Antônio Cícero comenta o guardar algo, o que seria importante: “Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.”. Paula Fernandes canta o  guardar um amor “Tá complicado esquecer seu sorriso, o sentimento, a paixão que ficou...” e ainda acrescenta “Sei que preciso cuidar mais de mim... nesse momento eu desejo outro amor...” Ela em razão, precisamos cuidar mais da gente. Mas será que desejo mesmo outro amor? Ou tenho mesmo que, mesmo sem querer realmente, aprender a viver buscando encontrar esse outro amor?

Antonio Cícero - Guardar 

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso, melhor se guarda o vôo de um  pássaro
Do que de um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar. 


Eu vim falar do que eu perdi
Que eu já chorei, do que eu vivi
Porque eu amei, me entreguei
E quantas vezes eu sorri
Eu vim contar pro seu coração
Que eu já provei da desilusão
De um amor
Eu vim falar que eu também sofri
E quantas vezes me desesperei
Foi grande a dor que eu senti
E desde então eu me toquei
Que sem amor, sem ilusão
A minha vida é em vão
Isso é morrer
Eu sei que parte do que eu passei
Foi culpa minha porque eu deixei
Que outro alguém me dominasse assim
Sei que preciso cuidar mais de mim
Tá complicado esquecer teu sorriso
O sentimento, a paixão que ficou
Serão pra sempre os mesmos encantos
Mas no momento eu desejo outro amor
Eu vim falar que eu também sofri
E muitas vezes me desesperei
Foi grande a dor que eu senti
E desde então eu me toquei
Que sem amor, sem ilusão
A minha vida é em vão
Isso é morrer
Eu sei que parte do que eu passei
Foi culpa minha porque eu deixei
Que outro alguém me dominasse assim
Sei que preciso cuidar mais de mim

Tá complicado esquecer teu sorriso
O sentimento, a paixão que ficou
Serão pra sempre os mesmos encantos
Mas no momento eu desejo outro amor
Tá complicado esquecer teu sorriso
O sentimento, a paixão que ficou
Serão pra sempre os mesmos encantos
Mas no momento eu desejo outro amor
Nesse momento eu desejo outro amor
Nesse momento eu desejo outro amor

sexta-feira, 24 de maio de 2013

144 - Jorge Luis Borges: O Nosso; Beethoven: Serenata ao luar

Borges fala sobre o que amamos... tantas coisas diferentes, sem explicação. Amar não se explica... só acontece. Para ajudar a lembrar os amores da vida de cada um, a Serenata ao Luar, de Beethoven, interpretada por Nelson Freire.

Jorge Luis Borges - O Nosso

Amamos o que não conhecemos, o já perdido.
O bairro que já foi arredores
Os antigos que não nos decepcionaram mais
porque são mito e esplendor.
Os seis volumes de Schopenhauer que jamais terminamos de ler.
A saudade, não a leitura, da segunda parte do Quixote.
O oriente que, na verdade, não existe para o afegão, o persa ou o tártaro.
Os mais velhos com quem não conseguiríamos
conversar durante um quarto de hora.
As mutantes formas da memória, que está feita do esquecido.
Os idiomas que mal deciframos.
Um ou outro verso latino ou saxão que não é mais do que um hábito.
Os amigos que não podem faltar porque já morreram.
O ilimitado nome de Shakespeare.
A mulher que está a nosso lado e que é tão diversa.
O xadrez e a álgebra, que não sei.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

143 - Cláudia Garcia: Parte de mim; Marisa Monte: Preciso me encontrar

O poema de hoje é de autoria da minha amiga de muito tempo, Cláudia Garcia, professora da Universidade Católica. Como no poema que dá nome a esse blog, ela também comenta que mostrar poemas é mostrar “muito mais que meu corpo nu, é minha alma que está ali, exposta, indefesa, nua em noite de chuva fria.” Como eu, que dizia “não quero teu corpo nu, quero tua alma nua...”, a Cláudia também mostra os desejos de se expor nos poemas...E a gente se expõe pra se encontrar, como canta Marisa Monte na bela letra de Cartola: "Deixe-me ir, preciso andar. Vou por aí a procurar, rir prá não chorar."

Cláudia Garcia - Parte de mim

Poemas são pedaços de mim
Mostrá-los é mostrar
muito mais que meu corpo nu
é minha alma que está ali,
exposta
indefesa
nua em noite de chuva fria
Alguns poemas são meu sorriso
Alguns, minhas lágrimas
A uns e outros
Não há problema que sejam vistos
Mas há poemas que
Carregam minhas muitas cicatrizes
outros são feridas abertas
alguns ainda sangram
Alguns poemas falam de morte
do medo dela
ou da ânsia, por ela
Há poemas

Embriagados de desejo
Maculados pela raiva
Transbordantes de amor

Há poemas
Pudicos

Inocentes

Há poemas
Lascivos
Imorais

É por pudor
que não mostro
meus poemas todos

É minha alma
nua
indefesa
sozinha em noite de chuva fria
que os habita.


Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...


terça-feira, 21 de maio de 2013

142 - Shakespeare: Duvida da luz dos astros; Placido Domingo e Teresa Stratas: La Traviata - Brindisi

Shakespeare pede que não duvidem do seu amor, e Verdi brinda a esse amor, ainda que seja fugaz..., na bela interpretação de Placido Domingo e Teresa Stratas

Willian Shakespeare
Duvida da luz dos astrosDe que o sol tenha calorDuvida até da verdadeMas nunca do meu amor
Placido Domingo e Teresa Stratas - La Traviata - Brindisi 
Alfredo:
Libiamo, libiamo ne'lieti calici
che la belleza infiora.
E la fuggevol ora s'inebrii
a voluttà.
Libiamo ne'dolci fremiti
che suscita l'amore,
poichè quell'ochio al core
Omnipotente va.
Libiamo, amore fra i calici
più caldi baci avrà.
All:
Ah, libiamo;
amor fra i calici
Più caldi baci avrà
Violetta:
Tra voi tra voi saprò dividere
il tempo mio giocondo;
Tutto è follia nel mondo
Ciò che non è piacer.
Godiam, fugace e rapido
e'il gaudio dell'amore,
e'un fior che nasce e muore,
ne più si può goder.
Godiam c'invita un fervido
accento lusighier.
All:
Godiam, la tazza e il cantico
la notte abbella e il riso;
in questo paradise
ne sopra il nuovo dì.
Violetta:
La vita è nel tripudio
Alfredo:
Quando non s'ami ancora.
Violetta:
Nol dite a chi l'ignora,
Alfredo:
e' il mio destin così ...
All:
Godiamo, la tazza e il cantico
la notte abbella e il riso;
in questo paradiso ne sopra il nuovo dì.


Alfredo:

Bebamos,Bebamos deste cálice de alegria
Isto reforça a beleza
Que o fugaz instante
Prevaleça sobre a volúpia
Bebamos àquele doce êxtase
Que desperta o amor
O poder do olhar penetrante
É apontado direto do coração
Bebamos ao amor, e nossas bebidas
Tornarão nossos beijos mais ardentes

Todos:
Ah, Bebamos
Nossas bebidas tornarão nossos beijos mais ardentes

Violetta:
Com todos vocês
Eu vou aprender a compartilhar meu lazer em minha casa
A vida é uma loucura, e só o prazer conta
Vamos nos desfrutar, porque o amor queima rápido
Uma flor que floresce e morre
Nunca foi para durar
Portanto revele e alegre-se
Lance uma sedutora voz!

Todos:
Seja feliz, o vinho e os cantos
E os risos embelezam a noite
Deixe o novo dia nos encontrar neste paraíso

Violetta:
A vida é celebração

Alfredo:
Se você conhece o amor

Violetta:
não me diga que nunca tive

Alfredo:
Este parece ser meu destino

Todos:
Seja feliz, o vinho e o canto
E os risos embelezam a noite
Deixe o novo dia nos encontrar neste paraíso