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sábado, 18 de maio de 2013

139 - Lorca: Morreu ao amanhecer; Paulinho da Viola: Coração leviano


Lorca leva “o Não que me destes na palma da mão”... também tendo um não, Paulinho da Viola chama o coração da amada de coração leviano... mas talvez nem tenha sido leviano... pode ser que apenas não tenha batido no mesmo ritmo que o de quem o amou... Quem sabe o coração que vai bater nesse ritmo está onde menos se espera...

Lorca – Morreu ao amanhecer

NOITE de quatro luas 
e uma só árvore, 
com uma sombra 
só e um só pássaro.

Busco em minha carne 
as marcas de teus lábios. 
O manancial beija o vento
sem tocá-lo.

Levo o Não que me destes
na palma da mão,
Como um limão de cera
quase branco.

Noite de quatro luas 
e uma só árvore. 
Na ponta de uma agulha 
está o meu amor girando!


Trama em segredo teus planos
Parte sem dizer adeus
Nem lembra dos meus desenganos
Fere quem tudo perdeu
Ah coração leviano não sabe o que fez do meu
Ah coração leviano não sabe o que fez do meu (mas trama)

Este pobre navegante meu coração amante
Enfrentou a tempestade
No mar da paixão e da loucura
Fruto da minha aventura
Em busca da felicidade

Ah coração teu engano foi esperar por um bem
De um coração leviano que nunca será de ninguém

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