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sábado, 11 de maio de 2013

132 - Cecília Meireles: Pergunto-te onde se acha a minha vida; Paulinho da Viola Sentimentos


Quando, como Cecília Meireles já não sabemos “mais a diferença de ti, de mim, da coisa perguntada, do silêncio da coisa irrespondida”, a nossa alma e a da pessoa amada se fundem. Se, por algum motivo algo não sai como não queremos, a esperança é que isso não endureça o nosso coração, como dito por Paulinho da Viola “Agora estou resolvido a não amar a mais ninguém, porque sem ser amado não convém.”

Cecília Meireles

Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada
de uma verdade minha bem possuída

Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.

E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida
por esperanças hereditárias? E de cada
pergunta minha vai nascendo a sombra imensa
que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença
de ti, de mim, da coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida.


Sentimentos em meu peito eu tenho demais
A alegria que eu tinha nunca mais
Depois daquele dia em que eu fui sabedor
Que a mulher que eu mais amava
Nunca me teve amor
Hoje ela pensa que estou apaixonado
Mas é mentira está dando um golpe errado
Agora estou resolvido
A não amar a mais ninguém
Porque sem ser amado não convém

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