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segunda-feira, 17 de junho de 2013

167 - Carmen Alcântara: Insanidade; Caetano Veloso: Sampa

Como diz a poetisa... lucidez pra que. Em homenagem à poetisa, Sampa, de Caetano Veloso.

Carmen Alcântara - Insanidade


Eu vou vagando na irrealidade,
vou caminhando em névoas de vapor,
quero segui-lo pela eternidade
acompanhá-lo seja aonde for.

Serei maluca por amá-lo tanto?
Serei insana por quere-lo assim?
Mas sou feliz nessa insanidade,
quero sempre você perto de mim.

Nesse passeio entre a irrealidade
e a realidade de amar você,
meu coração e mente estão tomados

por sua imagem,e nessa insensatez
jamais na vida irei querer de novo
recuperar a minha lucidez!


Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos Mutantes
E foste um difícil começo
Afasta o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

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