Pesquisar este blog

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

493 - Neruda: É bom, amor; Pavarotti, Mireille Mathieu:Caruso

Hoje é aniversário de alguém muito especial... a ela meu desejo de toda a felicidade do mundo...



Pablo Neruda

É BOM, amor, sentir-te perto de mim na noite,
invisível em teu sonho, seriamente noturna,
enquanto eu desenrolo minhas preocupações
como se fossem redes confundidas.

Ausente, pelos sonhos teu coração navega,
mas teu corpo assim abandonado respira
buscando-me sem ver-me, completando meu sonho
como uma planta que se duplica na sombra.

Erguida, serás outra que viverá amanhã,
mas das fronteiras perdidas na noite,
deste ser e não ser em que nos encontramos

algo fica acercando-nos na luz da vida
como se o selo da sombra assinalasse

com fogo suas secretas criaturas.

Qui dove il mare luccica
E tira forte il vento
Sulla vecchia terrazza
Davanti al golfo di surriento
Uno uomo abbracia una ragazza
Dopo che aveva pianto
Poi si schiarisce la voce
E ricomincia il canto
Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
É una catena ormai
Che scioglie il sangue tinto vene sai
Vide le luci in mezzo al mare
Penso alle notti là in america
Ma erano solo le lampare
E la bianca scia di un'elica
Senti il dolore nella musica
E si alzo dal pianoforte
Ma quando vide la luna
Uscire da una nuvola
Gli sembro piu dolce anche la morte
Guardò negli occhi la ragazza
Quegli occhi verdi come il mare
Poi all'improvviso usci una lacrima
E lui credette di affogare
Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
É una catena ormai
Che scioglie il sangue tinto vene sai
Potenza della lirica
Dove ogni dramma è un falso
Che con un po' di trucco e con la mimica
Puoi diventare un altro
Ma due occhi che ti guardano
Cosi vicine e veri
Ti fan scordare le parole
Confondono i pensieri
Cosi diventa tutto piccolo
Anche le notti là in america
Ti volti e vedi la tua vita
Come la scia di un'elica
Ma si, è la vita che finisce
E non ci penso poi tanto
Anzi, si sentiva gia felice
E ricomincio il suo canto
Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
É una catena ormai
Che scioglie il sangue tinto vene sai
Caruso
Aqui onde o mar brilha
E sopra forte o vento
Sobre um velho terraço
Em frente ao golfo de Sorrento
Um homem abraça uma mulher
Depois de haver chorado
Depois limpa a voz
E recomeça o canto

Eu te amo tanto sabe
Mas tanto, tanto, sabe?
É uma corrente agora
Que faz o sangue queimar nas veias, sabe?

Viu luzes em alto-mar
Lembrou de noites lá na américa
Mas eram só lanternas a brilhar
No rastro branco de uma hélice
Sentiu doer a música
Se levantou do piano
Mas vendo a luz surgir
Atrás de uma nuvem
Até a morte lhe pareceu mais doce
Olhou fundo nos olhos da mulher
Aqueles olhos verdes como o mar
De repente viu escapar um lágrima
E pensou estar à se afogar

Eu te amo tanto sabe
Mas tanto, tanto, sabe?
É uma corrente agora
Que faz o sangue queimar nas veias, sabe?

Que poder é esse da ópera
Onde todo drama é falso
Com um pouco de maquiagem e representação
Podemos nos transformar em outro
Mas quando dois olhos te olham
Assim tão perto e verdadeiros
Te fazem esquecer as palavras
Confundem teus pensamentos
Assim, tudo se torna pequeno
Também as noites lá na américa
Você vira e vê a sua vida
Como o rastro de uma hélice
Mas, sim, é a vida que se acaba
E ele nem pensou sobre isso
Ou, ao contrário, ele já se sentia feliz
E recomeçou seu canto

Eu te amo tanto sabe
Mas tanto, tanto, sabe?
É uma corrente agora

Que faz o sangue queimar nas veias, sabe?

Nenhum comentário:

Postar um comentário