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sexta-feira, 14 de março de 2014

312 - Pablo Neruda: Talvez ferido: Yamandu Costa e Paulo Moura: Sons de carrilhões

Hoje mais uma interpretação de Yamandu Costa, agora acompanhado por Paulo Moura...

Pablo Neruda 

TALVEZ ferido vou sem ir sangrento
por algum dos raios de tua vida
e a meia selva me detém a água:
a chuva que tomba com seu céu.

Então toco o coração chovido:
ali sei que teus olhos penetraram
pela região extensa de minha pena
e um sussurro de sombra surge só:

Quem é? Quem é? Mas não teve nome
a folha ou a água escura que palpita
a meia selva, surda, no caminho,

e assim, amor meu, soube que fui ferido
e ninguém falava ali senão a sombra,
a noite errante, o beijo da chuva.


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