Aqui a poetisa portuguesa do início do século
XX fala em se jogar... em se perder... e em sempre recomeçar.
Florbela
Espanca
AMAR!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mas Este e Aquele o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Música
Para acompanhar Florbela espanca, a música do dia é triste mas
lindíssima... da tristeza de se perder os amores pela vida, embora haja outros
a encontrar... O Adágio para cordas de Samuel Barber.
Ouça a música no link abaixo:
Adágio para cordas - Samuel Barber
Adágio para cordas - Samuel Barber
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