Neruda, falando sobre a sensação de descoberta do
amor... como essa sensação muda a nossa perspectiva.
Antes
de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.
vacilei pelas ruas e coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.
E
conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se despediam,
perguntas que insistiam na areia.
Tudo
estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
caído, abandonado e decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
tudo
era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono.
até que tua beleza e tua pobreza
de dádivas encheram o outono.
Música
A beleza e a melancolia de Fauré - Cantique de Jean
Racine... achar um amor tem algo de beleza e a melancolia da tristeza de se
saber que um dia se pode perdê-lo...
Ouça a música no link abaixo:
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