Fernando
Pessoa
Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.
A estrela d'alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor.
E as pastorinhas, pra consolo da lua,
Vão cantando na rua lindos versos de amor.
E a lua anda tonta com tamanho esplendor.
E as pastorinhas, pra consolo da lua,
Vão cantando na rua lindos versos de amor.
Linda
pastora, morena da cor de Madalena,
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar.
Linda criança, tu não me sais da lembrança.
Meu coração não se cansa
De sempre, sempre te amar.
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar.
Linda criança, tu não me sais da lembrança.
Meu coração não se cansa
De sempre, sempre te amar.
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