No território de beijos e volcões, cavalga-se...
Pablo Neruda
NÃO TE TOQUE a noite nem o ar nem a
aurora,
sê a terra, a virtude dos cachos,
as maçãs que crescem ouvindo a água
pura,
o barro e as resinas de teu país
fragrante.
Desde Quinchamalí onde fizeram teus
olhos
aos teus pés criados para mim na
Fronteira
és a greda escura que conheço:
em teus quadris toco de novo todo o
trigo.
Talvez tu não saibas, araucana,
que quando antes de amar-te me esqueci
de teus beijos
meu coração ficou recordando tua boca
e fui como um ferido pelas ruas
até que compreendi que havia encontrado
amor, meu território de beijos e
vulcões.
Vou cavalgar por toda a noite
Por uma estrada colorida,
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida.
Por uma estrada colorida,
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida.
Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope.
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque.
Pra não cair do seu galope.
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque.
Vou me perder de madrugada
Pra te encontrar no meu abraço.
Depois de toda a cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço
Pra te encontrar no meu abraço.
Depois de toda a cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço
Sem me importar se neste instante
Sou dominado ou se domino.
Vou me sentir como um gigante
Ou nada mais do que um menino.
Sou dominado ou se domino.
Vou me sentir como um gigante
Ou nada mais do que um menino.
Estrelas mudam de lugar;
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer.
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer.
E na grandeza deste instante
O amor cavalga sem saber;
E na beleza desta hora
O sol espera pra nascer.
O amor cavalga sem saber;
E na beleza desta hora
O sol espera pra nascer.
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