Neruda fala do “coração recordando tua
boca”. Isso dá uma “saudade d’ocê...”
Pablo Neruda
NÃO TE TOQUE a noite nem o ar nem a
aurora,
sê a terra, a virtude dos cachos,
as maçãs que crescem ouvindo a água
pura,
o barro e as resinas de teu país
fragrante.
Desde Quinchamalí onde fizeram teus
olhos
aos teus pés criados para mim na Fronteira
és a greda escura que conheço:
em teus quadris toco de novo todo o
trigo.
Talvez tu não saibas, araucana,
que quando antes de amar-te me esqueci
de teus beijos
meu coração ficou recordando tua boca
e fui como um ferido pelas ruas
até que compreendi que havia encontrado
amor, meu território de beijos e
vulcões.
Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Se um
dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim:
"faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim"
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim:
"faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim"
E se
quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caia no choro
Vou chorando pela estrada
Mas, o que eu posso fazer ?
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê.
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caia no choro
Vou chorando pela estrada
Mas, o que eu posso fazer ?
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê.
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