HOJE é hoje com o peso de todo o tempo
ido,
com as asas de tudo o que será amanhã,
hoje é o Sul do mar, a velha idade da
água
e a composição de um novo dia.
À tua boca elevada à luz ou à lua
se acresceram as pétalas de um dia
consumido,
e ontem vem trotando por sua rua
sombria
para que recordemos teu rosto que
morreu.
Hoje, ontem e amanhã se comem
caminhando,
consumimos um dia como uma vaca
ardente,
nosso gado espera com seus dias
contados,
mas em teu coração pôs sua farinha o
tempo,
meu amor construiu um forno com barro
de Temuco:
tu és o pão de cada dia para minha
alma.
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