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sábado, 31 de maio de 2014

395 - Chico Buarque: As minhas meninas



Chico Buarque: As minhas meninas


Olha as minhas meninas

As minhas meninas
Pra onde é que elas vão
Se já saem sozinhas
As notas da minha canção
Vão as minhas meninas
Levando destinos
Tão iluminados de sim
Passam por mim
E embaraçam as linhas
Da minha mão
As meninas são minhas
Só minhas na minha ilusão
Na canção cristalina
Da mina da imaginação
Pode o tempo
Marcar seus caminhos
Nas faces
Com as linhas
Das noites de não
E a solidão
Maltratar as meninas
As minhas não
As meninas são minhas
Só minhas
As minhas meninas
Do meu coração

sexta-feira, 30 de maio de 2014

394 - Legião Urbana: Só fiquei esperando meu amor passar






Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta que então, eu não sabia
Amar e me via perdido e vivendo em erro
Sem querer me machucar de novo
Por culpa do amor
Mas você e eu podemos namorar.
E era simples: ficamos fortes.
Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu
Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu
Sei rimar romã com travesseiro
Quero a minha nação soberana
Com espaço, nobreza e descanso.
Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta que estava então longe de sereno
E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido.
Começo a ficar livre
Espero. Acho que sim.
De olhos fechados não me vejo e,
Você sorriu pra mim
"Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Dai-nos a paz."

quinta-feira, 29 de maio de 2014

393 - Elis Regina – Como nossos pais

Hoje é aniversário do meu pai... faria 95 anos... saudades sempre.





Não quero lhe falar, 
Meu grande amor, 

Das coisas que aprendi 
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi 
E tudo o que aconteceu comigo 
Viver é melhor que sonhar 
Eu sei que o amor 
É uma coisa boa 
Mas também sei 
Que qualquer canto 
É menor do que a vida 
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem 
Há perigo na esquina 
Eles venceram e o sinal 
Está fechado prá nós 
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão 
E beijar sua menina na rua 
É que se fez o seu braço, 
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta 
Pela minha paixão 
Digo que estou encantada 
Como uma nova invenção 
Eu vou ficar nesta cidade 
Não vou voltar pro sertão 
Pois vejo vir vindo no vento 
Cheiro de nova estação 
Eu sei de tudo na ferida viva 
Do meu coração...

Já faz tempo 
Eu vi você na rua 
Cabelo ao vento 
Gente jovem reunida 
Na parede da memória 
Essa lembrança 
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber 
Que apesar de termos 
Feito tudo o que fizemos 
Ainda somos os mesmos 
E vivemos 
Ainda somos os mesmos 
E vivemos 
Como os nossos pais...

Nossos ídolos 
Ainda são os mesmos 
E as aparências 
Não enganam não 
Você diz que depois deles 
Não apareceu mais ninguém 
Você pode até dizer 
Que eu tô por fora 
Ou então 
Que eu tô inventando...

Mas é você 
Que ama o passado 
E que não vê 
É você 
Que ama o passado 
E que não vê 
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei 
Que quem me deu a idéia 
De uma nova consciência 
E juventude 
Tá em casa 
Guardado por Deus 
Contando vil metal...

Minha dor é perceber 
Que apesar de termos 
Feito tudo, tudo, 
Tudo o que fizemos 
Nós ainda somos 
Os mesmos e vivemos 
Ainda somos 
Os mesmos e vivemos 
Ainda somos 
Os mesmos e vivemos 
Como os nossos pais...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

392 - Affonso Romano de Sant’Anna: Amor e Medo;OswaldoMontenegro – Lua e flor

Affonso Romano de Sant’Anna

Amor e Medo

Estou te amando e não percebo,
porque, certo, tenho medo.
Estou te amando, sim, concedo,
mas te amando tanto
que nem a mim mesmo
revelo este segredo.



Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor...
E sonhava como a feia
Na vitrine
Como carta
Que se assina em vão...
Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não...

Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar...

391 - Kings Singers: La Guerre – Clement Janequin

La Guerre, a obra prima de Clement Janequin, narra a Batalha de Marignan entre a França e a Inglaterra. É interessante ouvir com atenção os sons da guerra: os cavalos, o alarme, e no final, a vitória do rei francês. A interpretação dos Kings Singers, à capella e com a pronúncia da época, já no primeiro verso percebido pela pronúncia "galuê", e não "galuá"... Imperdível.

Falando de guerra, vem-me à mente o pensamento de  Adlai Stevenson "Se meus inimigos pararem de dizer mentiras a meu respeito, eu paro de dizer verdades a respeito deles."

Kings Singers: La Guerre – Clement Janequin  


Escoutez, tous gentilz Galloys,
La victoire du noble roy Françoys.
Et orrez, si bien escoutez,
Des coups ruez de tous costez.
Phiffres, soufflez,Frappez.
Tambours toujours!
Avanturiers, bons compagnons,
Ensemble croisez vos bastons,
Bendez soudain, gentilz Gascons,
Nobles, sautez dens les arçons,
La lance au poing hardiz et promptz,
Comme lyons!
Haquebutiers, faictes voz sons!
Armes bouclez, frisques mignons,
Donnez dedans! Frappez dedans!
Alarme, alarme.
Soyez hardiz, en joye mis.
Chascun s?asaisonne,
La fleur de lys,
Fleur de hault pris,
Y est en personne.
Suivez Françoys,
Le roys Françoys,
Suivez la couronne!
Sonnez trompetes et clarons,
Pour resjouyr les compagnons.
Fan frere le le fan,
Fan fan feyne,
Fa ri ra ri ra,
A l?estandart,
Tost avan,
Boutez selle,
gens d?armes a cheval,
Frere le le lan.
Bruyez, tonnez,
Bombardes et canons,
Tonnez gros courtaux et faulcons,
Pour secourir les compaignons.
Von pa ti pa toc,
Ta ri ra ri ra ri ra reyne,
Pon, pon, pon, pon,
Courage, courage,
Donnez des horions.
Chipe, chope, torche, lorgne,
Pa ti pa toc,
Tricque, trac zin zin,
Tue! à mort; serre,
Courage prenez,
Frapez, tuez.
Gentilz gallans, soyez vaillans,
Frapez dessus, ruez dessus,
Fers àmoluz, chiques dessus,
Alarme, alarme!
Ils sont confuz, its sont perduz,
Ils monstrent les talons.
Escampe toute frelore,
La tintelore,
Ilz sont deffaictz.
Victoire au noble roy Françoys,
Escampe toute frelore bigot.

terça-feira, 27 de maio de 2014

390 - Dire Straits: Brothers In Arms



Dire Straits: Brothers In Arms



These must covered mountains
Are a hoime now for me
But my home is the lowlands
And always will be
Some day you'll return to
Your valleys and your farms
And you'll no longer burn
To be brothers in arms
Through these fields of destruction
Baptisms of fire
I've witnessed your suffering
As the battles raged higher
And though we were hurt so bad
In the fear and alarm
You did not desert me
My brothers in arms
There's so many different worlds
So many different suns
And we have just one world
But we live in different ones
Now the sun's gone to hell
And the moon's riding high
Let me bid you farewell
Every man has to die
But it's written in the starlight
And every line in your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms

Companheiros de Batalha

Estas montanhas cobertas de névoa
São um lar para mim agora
Mas meu lar são as planícies
E sempre serão
Algum dia vocês voltarão para
Seus vales e suas fazendas
E não mais irá arder o desejo
De ser um companheiro de batalha

Por estes campos de destruição
Batismos de fogo
Assisti a todo o seu sofrimento
Enquanto a batalha se acirrava
E apesar de terem me ferido gravemente
Em meio ao medo e ao pânico
Vocês não me desertaram
Meus companheiros de batalha

Há tantos mundos diferentes
Tantos sóis diferentes
E nós temos apenas um mundo
Mas vivemos em mundos distintos

Agora o sol foi para o inferno
E a lua está alta
Deixe-me dizer adeus
Todo homem tem de morrer
Mas está escrito nas estrelas
E em todas as linhas de sua mão
Somos tolos de guerrear
Com nossos companheiros de batalha

segunda-feira, 26 de maio de 2014

389 - Jobim Sinfônico - Canta, Canta Mais



Jobim Sinfônico - Canta, Canta Mais 

Canta, canta
Sente a beleza
Canta, canta
Esquece a tristeza
Tanta, tanta
Tanta tristeza
Canta
Canta
Quem canta o mal espanta
Vai sempre cantando mais, mais
Canta pra não chorar
Canta, canta
Canta, vai, vai
Segue cantando em paz
Canta, canta
Canta mais
Canta, canta
Sente a beleza
Canta, canta
Esquece a tristeza
Tanta, tanta
Tanta tristeza
Canta
Canta, canta
Canta, vai, vai
Segue cantando em paz
Canta, canta
Canta mais
Canta

sábado, 24 de maio de 2014

388 - Eagles: Hotel California



Eagles: Hotel California


On a dark desert highway, cool wind in my hair

Warm smell of colitas, rising up through the air

Up ahead in the distance, I saw a shimmering light
My head grew heavy and my sight grew dim
I had to stop for the night



There she stood in the doorway
I heard the mission bell
And I was thinking to myself
This could be heaven or this could be hell



Then she lit up a candle and she showed me the way
There were voices down the corridor
I thought I heard them say



Welcome to the Hotel Califórnia
Such a lovely place
Such a lovely place
Such a lovely face
Plenty of room at the Hotel Califórnia
Any time of year
Any time of year
You can find it here



Her mind is tiffany-twisted, she got the mercedes-benz
She got a lot of pretty, pretty boys, that she calls friends
How they dance in the courtyard, sweet summer sweat
Some dance to remember, some dance to forget



So I called up the captain
"Please, bring me my wine"
He said: "we haven't had that spirit here since nineteen sixty-nine"
And still those voices are calling from far away
Wake you up in the middle of the night
Just to hear them say



Welcome to the Hotel Califórnia
Such a lovely place
Such a lovely place
 Such a lovely face
We're livin' it up at the Hotel Califórnia
What a nice surprise
What a nice surprise
Bring your alibis



Mirrors on the ceiling
The pink champagne on ice
And she said: "we are all just prisoners here, of our own device"
And in the master's chambers
They gathered for the feast
The stab it with their steely knives
But they just can't kill the beast



Last thing I remember, I was
Running for the door
I had to find the passage back
To the place I was before
"Relax", said the night man



"We are programmed to receive
You can check out any time you like
But you can never leave!"


Hotel Califórnia

Numa estrada escura e deserta, vento frescoem meus cabelos
Cheiro morno de baseado, se erguendo pelo ar
Logo a frente a distância, eu vi uma luz trêmula
Minha cabeça ficou pesada e minha visão embaçou
Eu tive que parar para dormir

Lá estava ela na entrada da porta
Eu ouvi o sino da recepção
E estava pensando comigo mesmo
"Isso poderia ser o céu ou o inferno"

Ela ela acendeu um candelabro e me mostrou o caminho.
Havia vozes pelo corredor
Eu acho que ouvi elas dizerem

Bem-vindo ao Hotel Califórnia
Que lugar encantador
Que lugar encantador
Que rosto encantador
Vários quartos no hotel Califórnia
Qualquer época do ano
Qualquer época do ano
Você pode nos encontrar aqui

Sua mente é depravada, ela tem um mercedes-benz
Ela tem vários lindos, lindos rapazes, que ela chama de amigos
Como eles dançam no jardim, doce suor de verão
Alguns dançam para lembrar, alguns para esquecer

Então eu chamei o capitão
"Por favor, me traga meu vinho"
Ele disse: "nós não temos essa especiaria aqui desde 1969"
E ainda assim aquelas vozes estão chamando à distância
Te acordando no meio da noite
Só para ouvi-las dizerem

Bem-vindo ao Hotel Califórnia
Que lugar encantador
Que lugar encantador
Que rosto encantador
Nós estamos vivendo no Hotel Califórnia
Que surpresa agradável
Que surpresa agradável
Tragam seus álibis

Espelhos no teto
Champagne rosê no gelo
E ela disse: "nós somos apenas prisioneiros aqui, por nossa própria conta"
E no aposento do mestre
Eles se reuniram para a festa
Eles apunhalavam aquilo com seus punhais de aço
Mas simplesmente não podiam matar a besta

A última coisa que me lembro, eu estava
Correndo para a porta
Eu tinha de encontrar a passagem de volta
Para o lugar onde estava antes
"Relaxe", disse o porteiro

"Nós somos programados para receber
Você pode assinar a saída quantas vezes quiser
Mas você nunca poderá sair!"

sexta-feira, 23 de maio de 2014

387 - Pablo Neruda: A grande chuva; Creedence: Have You Ever Seen The Rain?

Pablo Neruda

A GRANDE CHUVA do Sul cai sobre Ilha Negra
como uma só gota transparente e pesada,
o mar abre suas folhas frias e a recebe,
a terra apreende o úmido destino de uma taça.

Alma minha, dá-me em teus beijos a água
salobre destes meses, o mel do território,
a fragrância molhada por mil lábios do céu,
a paciência sagrada do mar no inverno.

Algo nos chama, todas as portas se abrem sós,
relata a água um longo rumor às janelas,
cresce o céu para baixo tocando as raízes,

e assim tece e destece sua rede celeste o dia
com tempo, sal, sussurros, crescimentos, caminhos,

uma mulher, um homem e o inverno na terra.


Creedence: Have You Ever Seen The Rain? 


Someone told me long ago
There's a calm before the storm
I know
It's been coming for some time

When it's over, so they say
It'll rain a sunny day
I know
Shinin' down like water

I wanna know
Have you ever seen the rain?
I wanna know
Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?

Yesterday and days before
Sun is cold and rain is hard
I know
Been that way for all my time

'Til forever, on it goes
Through the circle, fast and slow
I know
It can't stop, I wonder

I wanna know
Have you ever seen the rain?
I wanna know
Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?
Yeah!

I wanna know
Have you ever seen the rain?
I wanna know
Have you ever seen the rain
Comin' down on a sunny day?
Você já viu a chuva?
Alguém me disse muito tempo atrás
Que há uma calmaria antes da tempestade
Eu sei
Já vem chegando há algum tempo

Quando estiver terminado eles dirão
Que choverá num dia ensolarado
Eu sei
Brilhando como a água

Eu quero saber
Você já viu a chuva?
Eu quero saber
Você já viu a chuva
Caindo em um dia ensolarado?

Ontem e nos dias anteriores
O sol fica frio e a chuva dura
Eu sei
Foi assim a minha vida inteira

Até a eternidade, será sempre assim
Através do circulo, rápido e devagar
Eu sei
Não pode parar, imagino

Eu quero saber
Você já viu a chuva?
Eu quero saber
Você já viu a chuva
Caindo em um dia ensolarado?
Yeah!